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Transformação digital na saúde

Inovação aberta para geração de negócios com startups da saúde, ciências da vida e inteligência artificial

Transformação digital na saúde

Comecemos pelo início, o que vem a ser “Transformação digital”?

O termo DIGITALIZAÇÃO refere-se à transição do analógico para o digital, saindo do papel (prontuários, por exemplo) para bancos de dados.  Outro termo importante: DIGITIZAÇÃO é mais amplo e significa transformar um negócio em digital usando tecnologia. Nesse caso, muda o modelo de negócio, o valor entregue ao cliente, não apenas digitalizar papel, mas repensar o negócio.

Transformação digital pode usar os dois: DIGITALIZAÇÃO E DIGITIZAÇÃO para entregar valor ao cliente. 

Transformar refere-se a alterar o estado atual, de analógico para digital, em nosso caso. E transformar é mais importante do que digital entre as duas palavras de “Transformação Digital”.

Quais os pilares para uma Transformação digital?  Tenho visto nos textos de consultorias o velho padrão: Tecnologias + Pessoas + Processos.   Isto é o mesmo que se falava de GESTÃO DO CONHECIMENTO lá em 1999.   As empresas tentam explicar que não é só tecnologia, claro, nada é só tecnologia.  Tudo vai envolver pessoas, tudo tem processo (simples ou complexo).  Alguns trocam PESSOAS por CULTURA, meu Deus, a mesma coisa não?  Vira: TECNOLOGIA + PROCESSOS + CULTURA….

Pessoas e suas culturas precisam se transformar para usar de forma diferente uma nova tecnologia, um novo processo.  E as consultorias adoram o “tripé”… não 2 pilares, ou 4 pilares, 5 pilares, mas em geral: 3 pilares.

Conclui-se, portanto, que TRANSFORMAÇÃO DIGITAL não é 100% tecnologia, claro, portanto, envolve pessoas, é feito para pessoas, usando de tecnologias e processos transformados, ou melhorados. O nível de melhoria/transformação nos levará a inovações incrementais ou disruptivas no processo de transformação. Mas o analógico não morre, além da fase de transição, algumas partes do processo serão analógicas mesmo, em qual percentual? Aí depende de cada negócio.

Exemplo no setor financeiro, os bancos antigos “analógicos” estão se movendo para se transformarem digitalmente, com apps, chatbots e muita tecnologia. Por outro lado, os novos bancos “já digitais” estão percebendo a necessidade de se moverem para o analógico, ao menos em parte.   Ambos vão estar em um ponto do continuum entre 100% analógico e 100% digital. Ficar somente em uma destas extremidades pode definir a morte da organização.

Alguns processos serão mais digitais, outros menos.  Um agendamento médico pode ser feito hoje com uma ligação para a secretária/call center, ou através de apps de agendamento on line. E se a “secretária” que atender for um bot (inteligência artificial), fica mais digital ainda.  Teremos clientes para os dois modelos e períodos para os dois modelos andarem juntos. Sendo assim, um não mata o outro, mas muda, atua junto e diferente, TRANSFORMA.

Portanto, a TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NA SAÚDE busca usar de tecnologias, digitalizando e digitizando o negócio, para buscar maior agilidade, facilidade, melhor jornada, acesso, redução de custos, enfim, uma gama de valores para o paciente, médicos, organizações e demais stakeholders da saúde.

Claro que, para transformar digitalmente a saúde, será preciso trabalhar a cultura, as pessoas, tanto do lado de quem fornece (médicos, empresários, enfermeiros, etc), que precisa aderir, adaptar e usar o novo digital, quanto do lado dos usuários (pacientes, clientes, etc), já que os processos mudarão, novas tecnologias serão incorporadas e se as pessoas não aceitarem as mudanças, nada acontece. 

Na saúde parece ser mais difícil? Sim. Implica em questões éticas, envolve vida, é controlada por conselhos/comitês, que dificultam a aprovação de “guinadas radicais”. Mas, apesar de ser mais “complicado”, é preciso transformar a saúde e é possível.  De vez em quando um vírus age como fator catalizador para estourar algo que já estava ali, querendo aparecer, mas estava “travado”, como a telemedicina. Vez ou outra são aplicativos que vão “passando por cima” de modelos antigos, no estilo Uber. Porém, como é mais fiscalizada os PROCESSOS exigirão mais cuidado, certificações, LGPD, aprovações, validações, backups, segurança da informação, e muito mais.

As tecnologias transformadoras de hoje: telemedicina, inteligência artificial, IoT, impressora 3D, gadgets da saúde, monitores, medidores, apps de celulares, relógios, pulseiras, são alguns exemplos. O que teremos daqui há 10 anos? Impossível prever. Mas a organização de saúde que mantiver seus prontuários médicos em papel, com agendamento por telefone, não percebendo a potencialidade de poder cuidar do paciente à distância, facilitar a jornada dele, enfim, essa pode contar seus dias para a morte garantida.

Tecnologia é, em sua grande maioria, o portador do dado, seja em IoT coletando dados de wereables, seja na telemedicina transitando imagens e informações, seja na impressora 3D transformando dados em produto físico. Isto pode indicar os 4 pilares ideais:  TECNOLOGIA + PROCESSOS + PESSOAS + DADOS. Sem dados, esquece, nada vai se transformar em um mundo digital sem dados. Sem pessoas não faz sentido, sem processos a informação não flui e nada acontece em ação, sem tecnologia, hoje? Esquece também, não existe. Tecnologia está em tudo.

Por Sérgio Viegas – Biosis